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Petrobras investe R$ 9,6 bilhões no Projeto Refino Boaventura e amplia capacidade nacional de combustíveis

Estatal avança no Complexo Boaventura com novas unidades de refino e integração à Reduc, fortalecendo o parque energético do Rio de Janeiro.

A Petrobras anunciou, em 6 de outubro de 2025, a assinatura de contratos que consolidam um dos maiores investimentos recentes da estatal na área de refino. O conjunto de acordos, avaliado em R$ 9,6 bilhões (US$ 1,81 bilhão), faz parte do Projeto Refino Boaventura, no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, Rio de Janeiro. O objetivo é ampliar a capacidade nacional de produção de combustíveis de alta qualidade e reduzir a dependência de importações.

Os contratos englobam a construção de novas unidades de refino e a integração operacional com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), criando um polo de processamento avançado de petróleo e derivados. Segundo a companhia, o investimento eleva a eficiência, aumenta a oferta de combustíveis de menor teor de enxofre e fortalece a competitividade no mercado interno.

Expansão das unidades e ganhos de capacidade

Entre as unidades contempladas, destacam-se a HIDW (desparafinação por hidrogênio), voltada à produção de lubrificantes de Grupo II, e a HCC (hidrocraqueamento catalítico), responsável pela produção de diesel S-10 e querosene de aviação (QAV). As novas plantas devem elevar a capacidade em 76 mil barris diários de diesel S-10, 20 mil barris de QAV e 12 mil barris de lubrificantes de alta performance.

A integração entre o Complexo Boaventura e a Reduc faz parte de um plano estratégico mais amplo, com R$ 26 bilhões dedicados à modernização do parque de refino fluminense. O pacote inclui aprimoramentos operacionais e expansão de infraestrutura energética, alinhando o refino às exigências ambientais e tecnológicas do setor.

Geração de empregos e desenvolvimento regional

Durante o pico das obras, o empreendimento deve gerar cerca de 15 mil empregos diretos, com efeito multiplicador sobre cadeias de engenharia, metalurgia e construção industrial na região metropolitana do Rio de Janeiro.

No eixo de logística offshore, a companhia formalizou o afretamento de quatro RSVs para apoio a sistemas submarinos, em contratos que somam R$ 10,2 bilhões. As embarcações serão construídas no estaleiro Navship, em Navegantes (SC), com entrega prevista entre 2029 e 2030.

Contexto e implicações econômicas

O Boaventura simboliza a retomada de investimentos de grande porte no refino nacional. A ampliação da capacidade interna tende a reduzir custos logísticos, diminuir a necessidade de importação de diesel e QAV e reforçar a segurança energética do país. O complexo também se apoia em iniciativas de sustentabilidade, como o uso exclusivo de água de reuso nos processos industriais, além de soluções de eficiência e redução de emissões no ecossistema operacional.

Para fornecedores industriais, a obra abre frentes em manutenção, automação, válvulas, tubos, caldeiraria, EPC e serviços especializados. A execução é tecnicamente desafiadora, mas, bem-sucedida, consolida o Rio de Janeiro como principal polo de refino e energia do país, com um parque mais moderno, integrado e competitivo.

Fonte de referência: Agência Petrobras, Petrobras, Reuters, Broadcast, InfoMoney

Imagem: Serginho Bittencourt 

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