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Manutenção preditiva no Brasil deve crescer 24,2% até 2031 impulsionada pelo IIoT

Mercado brasileiro de manutenção preditiva deve crescer 24,2% ao ano até 2031, com impulso do IIoT e da digitalização industrial.

O mercado brasileiro de manutenção preditiva deverá registrar uma taxa média de crescimento anual (CAGR) de 24,2% entre 2025 e 2031, segundo relatório da 6Wresearch. O avanço está diretamente ligado à consolidação do Industrial Internet of Things (IIoT) e ao processo de digitalização das fábricas e ativos críticos em diferentes setores da economia.

Trata-se de uma das áreas mais promissoras da engenharia e da manutenção, pois responde a uma demanda central das indústrias: reduzir custos com falhas inesperadas, otimizar cronogramas de intervenção e elevar a disponibilidade dos equipamentos.

Por que a demanda cresce

O movimento de expansão tem múltiplos vetores. O primeiro é a própria pressão competitiva, que exige maior eficiência operacional e menor tolerância a paradas não programadas. O segundo é a disseminação de tecnologias como sensores inteligentes, conectividade em tempo real e análise avançada de dados.

Esses recursos permitem que as empresas monitorem vibração, temperatura, ruído e outras variáveis de desempenho em tempo real, antecipando falhas antes que elas se convertam em problemas graves. O uso de inteligência artificial e machine learning tem acelerado essa curva, criando algoritmos capazes de detectar padrões complexos e recomendar intervenções precisas.

Segmentação do mercado brasileiro

Segundo a 6Wresearch, o mercado nacional pode ser dividido em diferentes frentes:

  • Soluções e serviços: softwares e plataformas digitais de predição lideram os investimentos, mas os serviços especializados (consultoria, treinamento e suporte técnico) são os que apresentam maior ritmo de expansão.
  • On-premises e cloud: soluções em nuvem ganham força pela flexibilidade e pelo custo reduzido, embora setores mais críticos, como óleo e gás, ainda prefiram sistemas locais por questões de segurança.
  • Porte das empresas: grandes indústrias puxam a adoção, mas pequenas e médias começam a acessar tecnologias preditivas em modelos as a service.
  • Verticais de aplicação: manufatura, energia, óleo e gás, mineração, transporte/logística e saúde estão entre os segmentos que mais se beneficiam da tecnologia.

Comparativo global: uma corrida em alta velocidade

O cenário brasileiro acompanha uma tendência mundial. O mercado global de manutenção preditiva foi avaliado em cerca de US$ 10,93 bilhões em 2024 e deve atingir US$ 70,73 bilhões até 2032, crescendo a uma taxa de 26,5% ao ano, de acordo com a Fortune Business Insights.

O motor desse crescimento é a busca por redução das paradas não programadas, que em setores críticos podem custar até US$ 260 mil por hora, segundo dados da IoT Analytics. Nesse contexto, a manutenção preditiva deixa de ser apenas uma alternativa tecnológica para se tornar um diferencial competitivo.

Benefícios comprovados

Estudos de mercado apontam que a manutenção preditiva pode gerar ganhos expressivos, como:

  • Redução de até 40% nos custos de manutenção corretiva, em comparação com modelos tradicionais;
  • Aumento de 20% a 25% na disponibilidade dos ativos (uptime), garantindo maior confiabilidade operacional;
  • Planejamento otimizado de paradas, permitindo intervenções em janelas produtivas mais estratégicas e menos onerosas.

Esses resultados reforçam a relevância da tecnologia em indústrias que trabalham em regime contínuo e não podem se dar ao luxo de falhas inesperadas.

Desafios para a adoção

Apesar do potencial, a expansão ainda enfrenta obstáculos. O principal é o alto investimento inicial, especialmente para pequenas e médias empresas. Além disso, há dificuldades de integração com sistemas legados, escassez de profissionais capacitados em análise de dados e IA, e a necessidade de superar limitações dos algoritmos, que ainda podem apresentar falsos positivos ou negativos.

Outro ponto sensível é a cibersegurança: a interconexão de sensores e sistemas em rede amplia a superfície de ataque e exige investimentos robustos em proteção de dados e infraestrutura.

Conclusão: da manutenção corretiva ao futuro preditivo

O Brasil tem diante de si uma oportunidade clara: transformar a manutenção preditiva em pilar estratégico de sua indústria. O crescimento acelerado previsto para os próximos anos reflete uma mudança cultural e tecnológica, em que dados e inteligência artificial passam a ser tão relevantes quanto a habilidade técnica do profissional de manutenção.

Ao alinhar eficiência operacional, segurança e inovação, a manutenção preditiva se consolida como uma das principais ferramentas para aumentar a competitividade industrial e preparar o país para os desafios da era digital.

Fonte de referência: 6Wresearch; Fortune Business Insights; IoT Analytics; PwC.

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