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Liderança multigeracional na manutenção: integrar pessoas, tecnologia e conhecimento
A liderança na manutenção industrial está em transformação: líderes precisam conciliar gerações, reter conhecimento crítico e alinhar tecnologia com pessoas. Descubra os caminhos e práticas que fortalecem a gestão de ativos nesse cenário de mudanças.
Liderança em transformação
Na gestão de ativos e manutenção industrial, liderar deixou de ser apenas uma função técnica. O avanço da tecnologia, somado ao encontro de diferentes gerações dentro das empresas, redefiniu o papel da liderança. Hoje, em um mesmo time, é comum reunir profissionais que atravessam cinco décadas de experiências distintas, do baby boomer que iniciou sua carreira antes da internet até a geração Z, nativa digital. Essa diversidade, longe de ser um problema, representa um dos maiores patrimônios da organização. O desafio está em transformar essa convivência em vantagem competitiva.
A indústria vive um período de forte transição, marcado pela digitalização, pela manutenção preditiva baseada em IoT e pelo uso crescente da inteligência artificial. Nesse cenário, os chamados perfis híbridos ganham relevância. São profissionais capazes de unir o conhecimento prático e acumulado da manutenção com a fluência em novas ferramentas digitais. Eles não apenas entendem o funcionamento de uma bomba centrífuga, como também sabem configurar painéis de indicadores em softwares de gestão apoiados por IA. Um novo tipo de “faz-tudo” está emergindo, mais estratégico, mais conectado e com papel decisivo na competitividade das empresas.
Mas a técnica por si só já não basta. Nunca foi tão necessário dominar procedimentos e equipamentos, ao mesmo tempo em que se exercitam habilidades como escuta ativa, negociação, empatia e capacidade de traduzir diferentes linguagens dentro da equipe. As gerações mais jovens valorizam colaboração, propósito e flexibilidade, enquanto as mais experientes trazem consigo o compromisso, a disciplina e o conhecimento empírico construído ao longo de décadas. Integrar essas forças é o que garante que o conhecimento não se perca a cada aposentadoria ou desligamento, uma das maiores dores da gestão de ativos.
Empresas mais maduras já compreenderam que investir em tecnologia sem cuidar de pessoas é desperdiçar valor. Por isso, estratégias como programas de mentoria reversa, trilhas internas de desenvolvimento, storytelling técnico e registros digitais tornam-se fundamentais. A própria inteligência artificial pode ser usada como aliada nesse processo, organizando informações, sugerindo padrões e automatizando tarefas. Ainda assim, será sempre o olhar humano que decidirá o que priorizar, adaptar e ensinar.
Boas práticas de liderança para equipes multigeracionais
Algumas ações têm se mostrado eficazes na construção de times mais fortes e preparados:
- Mapear e registrar o conhecimento invisível: identificar saberes práticos dos profissionais mais experientes e documentá-los em vídeos, relatórios ou sistemas digitais.
- Promover duplas mistas: unir jovens e seniores em tarefas estratégicas gera aprendizado recíproco e acelera resultados.
- Estimular o desenvolvimento de soft skills: feedback, gestão de conflitos e comunicação clara são tão importantes quanto dominar sistemas técnicos.
- Valorizar o perfil híbrido: oferecer trilhas de capacitação que combinem engenharia, tecnologia e gestão aumenta a adaptabilidade da equipe.
- Praticar a escuta ativa: líderes que ouvem mais do que falam conseguem integrar diferentes visões e construir soluções mais sólidas.
- Usar a tecnologia como ponte: IA e ferramentas digitais devem apoiar decisões e facilitar trocas, nunca criar barreiras entre gerações.
O papel do líder, nesse contexto, é menos o de comando e mais o de articulação. Cabe a ele identificar talentos, conectar pessoas e promover um ambiente onde a troca de experiências se torne natural. Um bom líder escuta, cria pontes em vez de barreiras e garante que a tecnologia seja usada como suporte e não como substituto.
Vivemos um momento em que ESG, IA e digitalização já não são tendências, mas parte do cotidiano da manutenção. O sucesso estará nas empresas que conseguirem alinhar esses avanços a uma cultura de liderança que valoriza gente, promove aprendizado contínuo e transforma diversidade em força. Afinal, o risco sempre existe, mas prospera quem enxerga primeiro e sabe como tratá-lo. Com as equipes, acontece o mesmo: o potencial está lá.
Ter sucesso é saber como liderar.
Fontes de referência: Deloitte Insights (The Future of Maintenance, 2024); McKinsey & Company (Workforce Transitions in the Age of AI, 2023); ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Relatório Anual, 2024).
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