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Confiança da indústria registra pequena reação em setembro após sequência de quedas
O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela FGV IBRE, registrou leve alta de 0,1 ponto em setembro de 2025, alcançando 90,5 pontos. Após três meses de quedas consecutivas, o avanço sugere um pequeno alívio, mas ainda distante do nível considerado de otimismo (100 pontos). A análise detalhada revela um quadro ambíguo: percepção menos negativa sobre o presente, mas grande desconfiança quanto ao futuro.

O que explica esse respiro
O ganho pontual do ICI veio do Índice da Situação Atual (ISA), que subiu 1,6 ponto, para 95,0 pontos, mostrando melhora no curto prazo. Em contrapartida, o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,5 ponto, para 86,1 pontos, atingindo o menor nível desde 2020. Ou seja, a indústria respira agora, mas já prevê ar rarefeito adiante.
Estoques elevados reforçam essa leitura: o indicador se manteve em 106,2 pontos, patamar acima do desejável e sinal de que muitas fábricas ainda carregam volumes represados, o que freia a entrada de novos pedidos.
Contexto macroeconômico que trava a confiança
Diversos fatores estruturais limitam uma recuperação mais robusta:
- Custo de energia e insumos: continua corroendo margens de operação.
- Taxa de juros elevada: encarece o crédito e desestimula novos investimentos.
- Cenário externo incerto: tensões comerciais e volatilidade cambial aumentam riscos.
- Demanda doméstica morna: excesso de estoques trava a engrenagem produtiva.
Assim, a ligeira melhora do presente não se traduz em esperança no médio prazo.
Reflexos práticos para manutenção e operações
A confiança moderada impacta diretamente o planejamento técnico das indústrias:
- Investimentos em manutenção e upgrades: tendem a ser adiados ou reduzidos.
- Gestão de estoques e peças sobressalentes: exige maior eficiência para evitar imobilização de capital.
- Contratos com fornecedores: foco em flexibilidade e redução de riscos.
- Gestão estratégica: equipes de manutenção e engenharia precisam integrar análise macroeconômica ao planejamento técnico.
O que falta para a indústria destravar?
O avanço de apenas 0,1 ponto no ICI é insuficiente para sinalizar retomada firme. Para que o setor volte a ganhar fôlego, alguns pontos são decisivos:
- Normalização de estoques.
- Política monetária mais favorável, com juros mais baixos.
- Maior previsibilidade regulatória e industrial.
- Expansão da demanda externa e crédito acessível.
- Inovação e eficiência operacional como diferenciais.
Sem esses elementos, a indústria brasileira deve permanecer em compasso de espera, equilibrando alívio momentâneo e pessimismo estrutural.
Fontes de referência: FGV IBRE (portalibre.fgv.br), CNN Brasil
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