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Agosto registra pior desempenho industrial em uma década: reflexos para a indústria e manutenção

Sondagem da CNI aponta agosto de 2025 como o pior em 10 anos para a indústria brasileira, com queda na produção, recuo no emprego e baixa utilização da capacidade instalada.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou que agosto de 2025 foi marcado pelo pior desempenho industrial em uma década. O índice de evolução da produção caiu para 47,2 pontos, abaixo da linha de 50 que separa expansão de retração, configurando a pior marca desde 2015.

O emprego industrial também recuou: o indicador ficou em 48,4 pontos, sinalizando cortes de vagas no setor. A utilização da capacidade instalada caiu de 71% em julho para 70% em agosto, percentual inferior ao registrado no mesmo mês de 2024 (72%).

Enquanto isso, os níveis de estoque permaneceram estáveis, em linha com o planejado pelas empresas, mas as expectativas para os próximos meses perderam força. O índice de demanda recuou para 52,3 pontos, e o de compras de insumos caiu para 51,3, ainda acima de 50 mas mostrando desaceleração. A intenção de investimento também encolheu, chegando a 54,4 pontos, a terceira queda consecutiva.

Fatores explicativos: juros, demanda e incertezas externas

A retração industrial não é um evento isolado. Analistas apontam três vetores principais:

  • Taxa de juros elevada: o custo de crédito encarece financiamentos e trava novos projetos, dificultando a renovação de equipamentos e expansão produtiva.
  • Demanda doméstica enfraquecida: com menor poder de compra, o consumo interno não sustenta níveis mais altos de produção.
  • Exportações em baixa: as expectativas de vendas externas também ficaram abaixo de 50 pontos, refletindo perda de dinamismo nos mercados internacionais.

Esse conjunto de fatores aprofunda a ociosidade estrutural das fábricas, que precisam operar em níveis mais baixos de utilização da capacidade.

Impactos diretos na indústria e na manutenção

A queda da produção repercute em toda a cadeia de valor industrial. Empresas reduzem turnos, postergam investimentos em máquinas e equipamentos e adiam programas de modernização. Isso tem efeitos claros para o setor de manutenção:

  • Menos demanda por serviços de manutenção corretiva e preventiva, já que equipamentos ficam parados ou operam abaixo da capacidade.
  • Pressão por eficiência: com margens comprimidas, cresce a busca por soluções que reduzam custos operacionais, como manutenção preditiva e automação de processos.
  • Risco de obsolescência: ao adiar investimentos, empresas podem comprometer a confiabilidade de ativos no médio prazo, ampliando riscos de falhas quando a demanda voltar a crescer.

Perspectivas: cautela à frente

Apesar da retração, alguns indicadores de expectativa permanecem no campo positivo, ainda que com menor intensidade. Isso sugere que o setor não enxerga um colapso estrutural, mas sim um período de estagnação prolongada.

O desafio será atravessar os próximos meses mantendo competitividade e preparando-se para o momento em que as condições econômicas permitam uma retomada. Nesse intervalo, estratégias como digitalização da manutenção, otimização de estoques e eficiência energética ganham ainda mais relevância para manter a indústria resiliente.

Conclusão: alerta vermelho e necessidade de eficiência

O pior agosto em uma década acende um alerta claro para a indústria brasileira. O recuo da produção, do emprego e da utilização da capacidade mostra que o setor está sob pressão, e as estratégias de manutenção e inovação precisam ser fortalecidas. A busca por eficiência e confiabilidade dos ativos passa a ser condição essencial para atravessar o cenário adverso e garantir fôlego competitivo quando a retomada chegar.

Fonte de referência: Agência de Notícias da CNI; Poder360; Agência Brasil.

Foto: Eduardo Valente/GovSC

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