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Setor offshore brasileiro avança com força em 2025: produção recorde e novos projetos intensificam demanda técnica

Petrobras, BP e outras operadoras lideram expansão no pré-sal; engenharia de manutenção será peça-chave na sustentação do crescimento

O setor offshore brasileiro vive um dos momentos mais dinâmicos de sua história recente. Em 2025, o país registrou recordes de produção, ativação de novos FPSOs, descobertas significativas no pré-sal e a entrada de novos investimentos em larga escala. A retomada do crescimento veio impulsionada por grandes operadoras como Petrobras, BP e consórcios internacionais, consolidando o Brasil como um dos polos mais promissores da produção offshore global.

Esse movimento traz impactos diretos para o setor de engenharia de manutenção, exigindo inovação, planejamento logístico e estratégias de confiabilidade voltadas para um ambiente de operação cada vez mais complexo e profundo.

Produção offshore em alta: marcos de 2025

A produção offshore brasileira atingiu patamares inéditos. Em julho de 2025, segundo dados da ANP, 97,7 % do petróleo e 86,1 % do gás natural extraídos no país vieram de campos no mar. A Petrobras, que lidera a produção nacional, operou com média de 2,91 milhões de barris equivalentes por dia (boe/d) no segundo trimestre — um aumento de 5 % em relação ao mesmo período de 2024.

Entre os destaques está o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, que superou 900 mil barris por dia, impulsionado pela entrada em operação de novos poços e pelo desempenho do FPSO Almirante Tamandaré, que sozinho atingiu a marca de 225 mil barris por dia, um recorde individual para a Petrobras.

Novas descobertas e decisões de investimento

O avanço da fronteira exploratória brasileira ganhou fôlego com o anúncio da BP, que revelou uma das maiores descobertas de petróleo da empresa em 25 anos, no bloco Bumerangue, também no pré-sal da Bacia de Santos. A descoberta amplia o interesse global pelo offshore brasileiro e reforça o potencial inexplorado da região.

Além disso, foram aprovadas as decisões finais de investimento (FID) para os projetos Atapu-2 e Sépia-2, que contarão com novos FPSOs de grande capacidade — cada um projetado para operar com até 225 mil barris/dia. A Petrobras também pretende ampliar a produção no campo de Tupi (ex-Lula), com meta de alcançar 1 milhão de barris por dia até 2027.

Pressão sobre manutenção e operação offshore

Esse ciclo de expansão traz consigo uma demanda proporcional por infraestrutura técnica e operacional. O ambiente offshore, por natureza, impõe desafios severos à engenharia de manutenção, entre eles:

  • Condições extremas: salinidade, pressão elevada, risco de corrosão e acesso restrito elevam os cuidados com equipamentos, tubulações, válvulas e sistemas críticos.
  • Logística remota: o transporte de peças, ferramentas e equipes especializadas até plataformas distantes exige planejamento robusto, com apoio de manutenção preditiva e digitalização.
  • Ciclos de produção intensos: novos FPSOs e poços entram em operação em velocidade acelerada, exigindo implantação rápida de sistemas de gestão de ativos e monitoramento contínuo.

Empresas de engenharia, manutenção e suporte técnico precisam adaptar seus modelos operacionais para dar conta da alta frequência de intervenções, bem como integrar novas tecnologias como sensores, gêmeos digitais e inteligência artificial na manutenção preditiva offshore.

Tensões regulatórias e fusões no setor de serviços submarinos

Além do crescimento operacional, o setor vive mudanças estruturais. O mercado de serviços submarinos está passando por processos de consolidação, com destaque para a fusão entre as empresas Subsea7 e Saipem, que gerou reações entre concorrentes e levou à solicitação de revisão antitruste no Brasil.

Do lado regulatório, também houve avanços. A Petrobras recebeu autorização ambiental para testes emergenciais de perfuração na foz do Amazonas, ainda sob avaliação para licenciamento completo, o que evidencia o desafio de expandir fronteiras exploratórias respeitando critérios ambientais cada vez mais exigentes.

Conclusão: manutenção será protagonista na nova fase do offshore brasileiro

O avanço robusto do setor offshore em 2025 representa uma virada estratégica para o Brasil no cenário energético mundial. Com produção em alta, novos projetos aprovados e descobertas promissoras, o país se consolida como uma potência no segmento.

Porém, o crescimento só será sustentável se acompanhado por investimentos sólidos em engenharia de manutenção, inovação tecnológica e capacitação técnica. Profissionais e empresas que dominarem a arte de manter operações offshore seguras, eficientes e resilientes serão protagonistas dessa nova fase do setor.

Fonte de referência: Offshore Magazine | Agência Petrobras | Brazil Energy Insight | Reuters | WSJ

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