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IPCA-15 sobe 0,48 % em setembro e acende alerta para custo energético na indústria
Energia elétrica volta a pressionar inflação e reacende debate sobre eficiência e planejamento energético
A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA-15, registrou alta de 0,48 % em setembro de 2025, após um recuo em agosto. O principal fator por trás da aceleração foi o aumento expressivo nas tarifas de energia elétrica residencial, revertendo o alívio temporário proporcionado por bonificações aplicadas no mês anterior.
Para a indústria, especialmente os setores eletrointensivos, o aumento reforça a urgência de estratégias de eficiência energética, automação de consumo e manutenção elétrica preventiva, diante de um cenário cada vez mais instável em relação ao custo da energia.
Energia elétrica: de alívio temporário a pressão inflacionária
De acordo com dados do IBGE, a energia elétrica residencial teve alta de 12,17 % no período de coleta do IPCA-15 (entre meados de agosto e meados de setembro). Esse reajuste eliminou os efeitos do “Bônus de Itaipu”, que havia reduzido o valor das contas no mês anterior. Em paralelo, voltou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
Com isso, o grupo Habitação, que inclui energia elétrica, foi o principal responsável pela aceleração da inflação em setembro, contribuindo com 0,50 ponto percentual do índice total.
Quadro comparativo: inflação mensal, acumulado e variações por grupo
A tabela abaixo mostra a diferença entre os meses de agosto e setembro no IPCA-15, destacando os impactos diretos da energia elétrica na inflação:
| Mês | Variação do IPCA‑15 | Destaque principal de variação | Acumulado no ano | Acumulado 12 meses |
|---|---|---|---|---|
| Agosto | – 0,14 % | Queda na energia elétrica (bônus de Itaipu) | +3,26 % | +4,95 % |
| Setembro | +0,48 % | Alta da energia elétrica (+12,17 %) e fim do bônus | +3,76 % | +5,32 % |
Além da energia, outros reajustes em serviços públicos, como água, esgoto e gás encanado, também impactaram o grupo Habitação. Por outro lado, grupos como Alimentação e Bebidas (–0,35 %) e Transportes (–0,25 %) ajudaram a conter uma inflação ainda maior.
Efeitos diretos na indústria e manutenção
O aumento da energia elétrica atinge diretamente a indústria, não apenas no custo direto de operação, mas também em fatores indiretos como:
- Planejamento de consumo: empresas precisam reforçar a análise de demanda e horários de pico.
- Gestão de ativos elétricos: manutenção preditiva e uso de sensores se tornam mais críticos para evitar desperdícios.
- Eficiência energética como diferencial competitivo: empresas com maior controle sobre consumo e perdas elétricas tendem a mitigar impactos de choques tarifários.
- Impacto orçamentário e financeiro: com energia mais cara, aumenta a pressão por revisão de custos fixos e margens de lucro.
A pressão inflacionária também pode influenciar decisões de política monetária, com efeitos indiretos sobre o crédito industrial e os investimentos em novos projetos de infraestrutura e modernização.
Conclusão: inflação energética exige resposta técnica e estratégica
A aceleração da inflação registrada em setembro, puxada pela energia elétrica, deve ser interpretada mais como um alerta estrutural do que como um episódio pontual. O custo da energia no Brasil segue altamente sensível a variáveis tarifárias, decisões regulatórias e condições climáticas.
Para a engenharia de manutenção e para gestores industriais, o cenário reforça a importância de investimentos em eficiência, automação, modernização de sistemas elétricos e políticas internas de consumo racionalizado. Controlar o custo da energia não é mais uma vantagem, é uma necessidade competitiva e de sobrevivência.
Fonte de referência: Agência Brasil | IBGE | CartaCapital | CNN Brasil | Veja / Abril | Bora Investir
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