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Ministro da Fazenda afirma que ajuste fiscal só será possível com crescimento econômico
O governo federal, por meio do Ministério da Fazenda, reafirmou recentemente uma diretriz econômica que reforça a interdependência entre responsabilidade fiscal e crescimento econômico. Em pronunciamento no fim de setembro, o ministro Fernando Haddad afirmou que o equilíbrio das finanças públicas brasileiras depende diretamente da retomada do crescimento do PIB, destacando que cortes orçamentários “cegos” não seriam sustentáveis no longo prazo.
A fala do ministro ocorre em um contexto de déficit persistente nas contas públicas, baixo ritmo de crescimento e pressão por maior previsibilidade fiscal. Para o setor industrial, de engenharia e manutenção, a sinalização do governo acende alertas e também possibilidades, principalmente em relação ao espaço para novos investimentos públicos e parcerias com a iniciativa privada.
Crescimento como estratégia de ajuste
A fala do ministro está inserida em um contexto de persistente desequilíbrio fiscal. Segundo Haddad, não há como estabilizar as contas públicas sem que a economia volte a crescer de forma sustentável. A lógica é simples: com maior atividade econômica, a arrecadação de tributos aumenta, o que abre espaço para equilíbrio orçamentário sem a necessidade de cortes profundos em áreas essenciais.
Essa abordagem sugere que o governo não deve seguir uma linha de austeridade tradicional. Ao contrário, o foco está na manutenção de investimentos estratégicos e na preservação de políticas públicas que, segundo o ministro, contribuem para estimular a economia e evitar retrocessos sociais.
Novo arcabouço fiscal e seus efeitos práticos
O discurso também reforça a diretriz do novo arcabouço fiscal em vigor desde 2023. O modelo substitui o antigo teto de gastos e estabelece regras mais flexíveis, permitindo que as despesas públicas cresçam conforme o desempenho da arrecadação.
Para o setor de engenharia e manutenção, isso pode significar retomada de contratos parados, novas licitações e investimentos condicionados ao desempenho fiscal do governo. No entanto, essa margem de manobra dependerá da capacidade da gestão atual de gerar crescimento real, algo ainda incerto no curto prazo.
Repercussões para o setor produtivo
A proposta de associar o ajuste fiscal ao crescimento econômico impacta diretamente o setor produtivo, especialmente empresas que atuam com infraestrutura, engenharia industrial, construção pesada e manutenção de ativos públicos.
Projetos que haviam sido congelados por restrições orçamentárias podem ser reavaliados, desde que o governo mantenha estabilidade fiscal e segurança jurídica nos contratos. Além disso, a expectativa de crescimento pode estimular o setor privado a se preparar para um eventual aumento na demanda por serviços técnicos, consultoria, modernização de sistemas e engenharia aplicada.
Riscos e incertezas no ambiente externo
Outro ponto mencionado por Haddad foi o aumento de tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros, que classificou como preocupante. Embora o impacto direto sobre o ajuste fiscal seja limitado, medidas protecionistas afetam a competitividade da indústria exportadora brasileira, com reflexos sobre cadeias produtivas locais.
Esse cenário reforça a necessidade de uma política econômica clara, que proteja setores estratégicos e garanta previsibilidade para investimentos, especialmente em um ambiente de pressão cambial e incerteza global.
Conclusão
A afirmação de que o ajuste fiscal depende do crescimento econômico representa uma mudança de foco na condução das contas públicas, com possíveis desdobramentos positivos e negativos para o setor produtivo.
Embora a lógica de crescimento como motor de equilíbrio fiscal seja tecnicamente defensável, sua efetividade dependerá de uma gestão orçamentária consistente, controle da inflação e retomada da confiança no ambiente econômico. Para a indústria e engenharia, o momento exige atenção redobrada aos movimentos fiscais e orçamentários do governo federal, especialmente no que diz respeito a investimentos, manutenção de ativos públicos e novos projetos de infraestrutura.
Fonte de referência: Reuters, Agência Brasil, IstoÉ Dinheiro
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