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Indústria de Soja no Brasil projeta novo recorde em 2026 com avanço do processamento e demanda por biodiesel

Brasil pode atingir 177,6 milhões de toneladas de soja em 2026; indústria projeta investimentos de R$ 5,9 bi no processamento. Biodiesel impulsiona demanda.

A cadeia produtiva da soja brasileira se prepara para um novo salto histórico. A projeção de safra recorde para 2026, aliada ao crescimento da demanda por biodiesel e derivados, tem mobilizado a indústria processadora em torno de investimentos bilionários. Com uma estimativa de 177,67 milhões de toneladas para o próximo ciclo, a soja reafirma seu papel estratégico não apenas como produto de exportação, mas como insumo essencial para setores industriais, energéticos e logísticos. O cenário aponta para um avanço significativo da industrialização no campo, com reflexos diretos na manutenção, operação e modernização de plantas agroindustriais.

Brasil deve colher safra recorde em 2026

De acordo com projeções da Forbes Brasil, baseadas em dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e análises de mercado, a produção brasileira de soja poderá atingir 177,67 milhões de toneladas em 2026, representando um crescimento de 3,6% em relação ao volume estimado para 2025 (170 milhões de toneladas).

Apesar das restrições macroeconômicas e do aumento nos custos operacionais, o país mantém uma tendência de alta produtividade. A expansão da área plantada, no entanto, será contida — com crescimento previsto entre 1,5% e 2%, segundo a consultoria Céleres e o banco Rabobank —, devido à elevação nos custos de insumos, juros elevados e incertezas regulatórias.

Industrialização da soja ganha força com foco no processamento

O protagonismo da soja como commodity está dando espaço a uma nova fase, voltada ao aumento da capacidade de processamento interno. A meta é agregar valor antes da exportação, fortalecer a cadeia produtiva nacional e atender a novas demandas do setor energético, como a produção de biodiesel.

Atualmente, a capacidade instalada da indústria de processamento de oleaginosas no Brasil é de 76,4 milhões de toneladas/ano, com projeção de crescimento para mais de 80 milhões até 2026. Em 2025, a expectativa é que cerca de 58,5 milhões de toneladas de soja sejam processadas internamente, gerando farelo e óleo vegetal.

Esse movimento impacta diretamente as rotinas de engenharia de manutenção nas unidades industriais. A modernização e ampliação das plantas exige atualização tecnológica, revisão dos planos de manutenção preditiva e corretiva, além da capacitação de equipes técnicas para lidar com equipamentos de maior capacidade e complexidade.

Biodiesel acelera os investimentos industriais

O avanço da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil — que deve passar de B15 (15%) para B16 (16%) em 2026 — é um dos principais vetores dos novos investimentos. A demanda adicional por óleo de soja pode alcançar entre 700 mil e 800 mil toneladas por ano, criando uma pressão por maior capacidade de esmagamento e refino.

A indústria brasileira de processamento já anunciou investimentos da ordem de R$ 5,9 bilhões até 2026, voltados principalmente à ampliação de unidades, logística, armazenagem e automação industrial. Diferente de informações inicialmente difundidas, não há confirmação de um volume de R$ 59 bilhões exclusivamente para esse segmento.

Esses aportes elevam o nível de exigência em gestão de ativos industriais, com maior foco na eficiência energética, redução de paradas não programadas e uso de tecnologias de monitoramento remoto e inteligência artificial para suporte à manutenção.

Exportações continuam em alta, mas industrialização avança

O Brasil segue como o maior exportador global de soja, com 112,12 milhões de toneladas projetadas para exportação no ciclo 2025/26. A China, principal destino, deve manter sua posição de liderança nas compras, mas países da Europa e da Ásia também têm ampliado a demanda por derivados, especialmente óleo vegetal para biocombustíveis.

No entanto, a estratégia de simplesmente exportar grãos começa a ser revista. O aumento da agregação de valor dentro do país, por meio do processamento, fortalece a indústria local, reduz a dependência de mercados externos e cria oportunidades para inovação e sustentabilidade.

Conclusão: Um novo ciclo de maturidade industrial no agro

A soja deixou de ser apenas uma commodity agrícola e passou a ocupar um papel central no avanço da bioindústria brasileira. O ciclo 2025–2026 deve marcar uma inflexão importante: maior processamento interno, investimentos consistentes em capacidade industrial e uma cadeia de manutenção e engenharia mais exigente e estratégica.

Para profissionais da manutenção industrial, o cenário exige atenção redobrada: novos ativos, integração com sistemas de automação, atualização de estratégias preditivas e alinhamento com os objetivos de eficiência e sustentabilidade. A transformação da soja em vetor de inovação tecnológica é uma realidade — e o setor de engenharia terá papel fundamental para garantir que essa evolução seja sustentável, segura e competitiva.

Fontes de referência: Forbes Brasil, AgFeed, Investimentos e Notícias, ABIOVE, Rabobank, Céleres (dados compilados em setembro de 2025).

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