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Energia solar e eólica superam um terço da matriz elétrica brasileira pela primeira vez

Em agosto de 2025, solar e eólica geraram 34% da eletricidade no Brasil. Marco histórico pressiona indústria a investir em inovação e infraestrutura.

O Brasil alcançou em agosto de 2025 um feito inédito em sua história energética: a soma da geração solar e eólica respondeu por 34% de toda a eletricidade produzida no país. Segundo levantamento da ONG britânica Ember, esse volume correspondeu a aproximadamente 19 TWh, superando o recorde anterior, registrado em setembro de 2024.

O resultado reflete a expansão acelerada das renováveis no país e uma conjuntura marcada por menor participação das hidrelétricas, que recuaram para 48% da matriz em função da estiagem e do baixo nível dos reservatórios. Já as fontes fósseis ficaram em torno de 14% da geração, cerca de 7,8 TWh.

O peso da sazonalidade e da transição energética

Apesar do avanço, especialistas ressaltam que a participação das fontes variáveis ainda está sujeita à sazonalidade. Em períodos de seca, quando as hidrelétricas reduzem sua produção, as renováveis não hídricas ganham maior protagonismo. Por outro lado, a intermitência do vento e do sol exige soluções robustas de integração, armazenamento e transmissão.

Esse cenário mostra que a transição energética no Brasil já não é uma promessa distante, mas uma realidade em construção. O desafio, agora, é dar suporte técnico e regulatório para que solar e eólica avancem sem comprometer a confiabilidade do sistema.

Impactos para a indústria e manutenção

O crescimento acelerado das renováveis abre uma série de oportunidades e responsabilidades para a indústria:

  • Indústria de equipamentos: fabricantes de turbinas, painéis, inversores e sistemas de rastreamento solar têm espaço ampliado, impulsionando o parque fabril brasileiro.
  • Infraestrutura de transmissão: a rede elétrica precisará de reforços para evitar gargalos e perdas, especialmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, onde a produção renovável cresce acima da média.
  • Armazenamento de energia: soluções como baterias de larga escala, usinas reversíveis e tecnologias híbridas tornam-se centrais para reduzir a intermitência e garantir estabilidade.
  • Manutenção especializada: turbinas eólicas, painéis solares e sistemas de monitoramento digital demandam manutenção preditiva, sensores de performance e gestão de ativos de alta complexidade.
  • Regulação e incentivos: a continuidade desse crescimento dependerá de leilões de energia, políticas de incentivo e normas ambientais alinhadas à sustentabilidade.

Oportunidades e riscos à frente

O marco alcançado em agosto projeta o Brasil como protagonista da transição energética global. Para a indústria, o movimento abre portas para inovação tecnológica, integração de cadeias produtivas e expansão de mercados ligados à descarbonização.

Por outro lado, o avanço exige cautela: falhas de planejamento em transmissão ou armazenamento podem gerar instabilidade no fornecimento. Além disso, a pressão por manutenção eficiente cresce na mesma medida em que a dependência dessas tecnologias aumenta.

Conclusão

A conquista de 34% da matriz elétrica a partir de solar e eólica sinaliza que o Brasil está vivendo uma virada estratégica em sua infraestrutura energética. O país, tradicionalmente dependente das hidrelétricas, agora tem a oportunidade de diversificar sua matriz e reduzir emissões sem abrir mão de competitividade.

Para a indústria e o setor de manutenção, trata-se de um divisor de águas: investir em inovação, eficiência e gestão de ativos deixou de ser opcional e passou a ser requisito para sustentar o ritmo da transição energética.

Fontes de referência: Ember Energy; AP News; SolarQuarter; MegaWhat.

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