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Sinais de virada na indústria paulista apostam em retomada ainda em 2025
Após meses de queda, a FIESP projeta recuperação das vendas no último trimestre de 2025. Custos seguem desafiando a indústria paulista.
Depois de um terceiro trimestre marcado por retração, a indústria paulista começa a enxergar sinais de melhora no horizonte. A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) prevê uma recuperação das vendas e da produção já no quarto trimestre de 2025. A expectativa é sustentada por políticas de estímulo ao consumo, aquecimento relativo do mercado de trabalho e pela percepção de que o pior já pode ter ficado para trás.
O cenário, no entanto, não é livre de obstáculos. Custos de energia, matérias-primas e mão de obra ainda pressionam margens, enquanto o ambiente externo segue instável, com tarifas impostas por grandes parceiros comerciais.
Recuperação esperada pela FIESP
Segundo o relatório FIESP Book, indicadores de vendas, produção e investimentos voltaram a superar a marca de 50 pontos — patamar que sinaliza confiança no crescimento. A expectativa é de que empresas paulistas consigam aproveitar o quarto trimestre para recuperar parte das perdas acumuladas ao longo do ano.
Entre os fatores que reforçam essa visão otimista estão:
- programas de crédito e financiamento voltados ao consumo;
- expansão de iniciativas como o Minha Casa Minha Vida;
- maior circulação de renda proveniente do mercado de trabalho.
A fotografia dos números
Para entender melhor esse cenário de “virada”, é importante olhar para os dados mais recentes da produção e do faturamento industrial, tanto em São Paulo quanto no Brasil.
| Indicador | Valor / Observação | Fonte |
|---|---|---|
| Variação da produção industrial em SP em junho/2025 (vs maio) | queda de 0,6% | FECAP |
| Variação anual da produção paulista em junho/2025 (vs junho/2024) | queda de 8,5% | FECAP |
| Acumulado jan–jun 2025 em SP | queda de 2,1% (indústria geral) | FECAP |
| Produção industrial nacional (jan–maio/2025) | alta de 1,8% vs 2024 | Governo Federal |
| Faturamento da indústria nacional (jan–jul/2025) | crescimento de 5,1% | Agência Brasil |
| Produção nacional mensal (maio/2025 vs maio/2024) | aumento de 3,3% | IBGE |
Os números mostram que São Paulo vem em trajetória negativa, especialmente na indústria de transformação, mas o cenário nacional dá sinais de recuperação. Isso ajuda a explicar por que a FIESP acredita em uma retomada: a indústria paulista pode se alinhar à tendência de crescimento observada no restante do país.
Custos continuam no radar
Se as vendas e a produção podem melhorar, os custos ainda preocupam. O setor industrial cita como principais pressões:
- Energia elétrica, cujo preço subiu em média 0,6% em algumas regiões no segundo trimestre;
- Matérias-primas importadas, impactadas pelo câmbio e pelas tarifas externas;
- Mão de obra, com aumento dos encargos trabalhistas e negociações salariais.
Essa equação cria um paradoxo: margens mais apertadas, mesmo em um cenário de vendas em alta.
O que isso significa para a indústria e manutenção
Para a indústria de manutenção e engenharia, a retomada traz duas implicações diretas:
- Aumento da demanda por serviços técnicos: se a produção voltar a crescer, a utilização mais intensa de equipamentos exigirá maior investimento em manutenção preventiva e corretiva.
- Pressão por eficiência energética e redução de custos operacionais: empresas que conseguirem implementar soluções de gestão de energia, automação e uso inteligente de insumos terão vantagem competitiva em um ambiente de margens comprimidas.
Além disso, setores como metalurgia, automotivo e bens de capital — fortemente presentes em São Paulo — podem liderar essa recuperação, criando novas oportunidades para prestadores de serviço especializados.
Conclusão
A expectativa da FIESP para o quarto trimestre de 2025 representa mais do que um alívio momentâneo: é uma aposta em que a indústria paulista pode reagir após meses de contração. A fotografia dos dados, contudo, mostra que essa recuperação será desafiadora.
Com custos ainda em alta e incertezas externas pesando sobre o setor exportador, o caminho será menos sobre expansão acelerada e mais sobre resiliência, inovação e eficiência operacional. Para quem atua em manutenção industrial, o momento pede atenção redobrada: a demanda por soluções técnicas tende a crescer justamente quando os recursos estão mais limitados.
Em outras palavras, a retomada virá, mas exigirá estratégia e foco em produtividade.
Fontes de referência: CNN Brasil; IstoÉ Dinheiro; Portal IN Business; FECAP; Agência Brasil; IBGE; Governo Federal; CNI.
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